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O primeiro passo

  • carolinemudinutti
  • 16 de jan.
  • 2 min de leitura

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Há algo em nós que insiste em acreditar que a vida dos outros começou de onde os encontramos. Quando olhamos para alguém que atingiu uma conquista, esquecemos — ou ignoramos — que por trás daquele sorriso, daquela medalha ou daquele feito, houve um começo. Não um começo grandioso, mas um começo cheio de tropeços e pequenas vitórias, invisíveis a olho nu. Esse esquecimento é perigoso, porque ele nos cega para uma verdade fundamental: ninguém começa no topo.
Queremos correr antes mesmo de engatinhar. Queremos o resultado antes do esforço, o prêmio antes da jornada. Mas a vida, em sua simplicidade brutal, não funciona assim. Cada caminho começa com um único passo, e é esse passo que assusta. Ele não traz aplausos, não parece grande coisa, e frequentemente é acompanhado de erros. Erramos a direção, tropeçamos nas próprias pernas e, às vezes, caímos tão feio que pensamos: "Isso não é para mim."
E é aí que reside o truque da vida. Ela testa a nossa disposição antes de nos dar as ferramentas certas. O primeiro passo nunca será perfeito, mas ele é o mais importante. Porque só quando nos movemos é que os obstáculos escondidos no horizonte começam a aparecer. Esses obstáculos não são sinais de fracasso, mas de progresso. Eles surgem porque estamos andando.
Há quem passe a vida toda olhando a montanha, imaginando como seria escalá-la. Outros tentam saltar direto para o topo, ignorando os degraus, e acabam exaustos no meio do caminho. Mas os que entendem a paciência dos passos, esses chegam longe. Eles respeitam o próprio ritmo, o fôlego dos pulmões, a força dos pés. Não desprezam o começo humilde, pois sabem que é ali que se constrói a base para todo o resto.
E se falhamos? Falhar não é o oposto de avançar; é parte do avanço. Cada erro nos ensina algo que não sabíamos, cada tropeço ajusta nosso equilíbrio. É a prática de começar de novo que nos fortalece. Assim, um passo tímido hoje vira um passo firme amanhã. E, sem perceber, estamos mais altos do que pensávamos ser possível.
Por isso, perder o medo de dar o primeiro passo é mais do que um conselho — é uma necessidade. Não importa quão pequena seja a ação inicial, ela carrega em si a promessa de algo maior. Afinal, a montanha não é vencida em um salto. Ela se revela a quem tem coragem de subi-la, um passo de cada vez.

Carlos Nascimento


 
 
 

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